Pages

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Indígenas de Santa Catarina: História de povos invisíveis

Também são chamados de povos invisivéis pelo fato de não haver muita documentação relatando suas histórias nesse território, somente nomes de rios, lagoas e montanhas. Porém são muito significantes para a história de Santa Catarina, onde existiam três grupos: os Carijós, Kaingáng e Xokleng.
Os Carijós ocupam a região do litoral no século XV, onde foram imigrando a partir do rio da Prata. Os europeus foram bem acolhidos por eles, praticavam escambo e muitas vezes pretendiam unir os exploradores com mulheres da aldeia para garantir suas ferramentas. Porém essas relações terminam quando os bandeirantes vicentistas os atacam para mão de obra escrava e os jesuítas os reduzem em missões, na verdade até rendiam-se devido as doenças trazidas pelos europeus. Espalhando-se foram exterminados, escravizados até o fim do século XVII, deixando praticamente toda a costa desocupada.
Os Kaingáng se localizavam nos campos de cima da serra, a relatos que ocupavam a região Missão da Prata, no século XVI e XVII, onde foram aldeados em reduções. Pertencem ao grupo linguístico jê, eram seminômades, viviam da caça, da coleta do pinhão e do cultivo do milho. Devido as grandes fazendas de criação de gado tiveram maior contato com os brancos, resultando na fundação da vila de Lages. Alguns foram para as fazendas de gado, os que não foram aculturados acabaram perdendo suas terras, e vivendo até hoje em áreas demarcadas no planalto de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
Os Xokleng ocupam a região entre o litoral e o planalto, na mata Atlântica. Possuiam língua jê, eram nômades, viviam da caça e da coleta de frutos, mel e pinhão. No verão vão para o litoral e no outono para o planalto onde há a frutificação dos pinheiros. Geralmente durante a primavera e o verão atacavam os imigrantes para obtenção de ferro para produzirem armas e ferramentas. Eram considerados animais perigosos que deveriam ser domados ou destruídos, e cabis ao bugreiro eliminar este grupo. Apesar das epidemias que matou grande parte, conseguiram manter sua identidade étnica.

LAVINA, Rodrigo. Indígenas de Santa Catarina: Histórias de povos invisíveis. Florianopólis. Letras Contemporâneas, 1999.

Professora: Joelma Kersbaumer Pereira
3º ano E.M.